Razões não faltam para conhecer o Wartburg, no topo da cidade de Eisenach. Trata-se do segundo ponto turístico mais visitado do Estado da Turíngia, perdendo somente para Weimar, a cidade do classicismo alemão. Aquelas muralhas que desde 1999 são tombadas pela Unesco, imperam na paisagem em meio à floresta (a Thüringer Wald) desde 1157. E elas não testemunharam pouca coisa, não! Ali, acolhido no burgo, Lutero traduziu parte da bíblia para o alemão, fato que dá à edificação uma aura histórica para lá de especial. Além disso, por estar bem no centro da Alemanha, a construção também se tornou um símbolo na reunificação do país. Mais um ponto a favor do passeio é a paisagem cortada pela floresta.
Embora no outono e inverno o vento seja cortante, as folhas das árvores destoam multicoloridas (vermelho, amarelo e verde) no horizonte, circundando o burgo no topo do morro. Já havíamos feito algumas excursões bate e volta até lá, mas, dessa vez, resolvemos mesmo deixar a noite cair e dormir nessa atmosfera. A única possibilidade de pernoite lá em cima na montanha é o Hotel auf der Wartburg. O preço é salgado, mas o serviço cinco estrelas e como pouca gente banca o ermitão por muito tempo, as estadias não costumam ser assim tão longas.
De dentro das dependências do hotel avista-se sempre o Wartburg iluminado, às vezes envolto pela neblina do inverno ou pela floresta. A seção de SPA da casa é chamada de Jungbrunnen, ou fonte da juventude, com sauna, cestas de maçãs e água fresca provinda das fontes naturais das montanhas. Mas indescritível é sair da sauna finlandesa e tomar um ar no terraço, com o Wartburg iluminado ali do lado e o vento machucando a pele do rosto de tão gelado. Como às 16h já está tudo bem escuro, não resta muita coisa a não ser aproveitar a estrutura do hotel. Para aqueles que não são lá muito chegado em sauna, tem a sala da lareira, com revistas, jornais e livros para acompanhá-los. Dá pra pedir chá, cafés e pedaços de bolo! Inegável que o clima é bem mais aconchegante no inverno, com as paredes de madeira, tapetes e sofás estampados.
Para o jantar tem as reinterpretações dos pratos típicos servidos antigamente nos banquetes do Wartburg pelo chefe Peter Herrmann, no espaço chamado de Landgrafenstube. Da cozinha saem assados como ganso e pato entre outras invencionices como a mini sopa de rúcula com parmesão. O ambiente é interessante, com aquele quê classudo de restaurante gourmet, mas com as janelas, portas e lustres imensos de madeira meio aos moldes medievais. O café da manhã é servido no mesmo ambiente, acompanhado pelo sol reluzindo nas folhas das árvores. Agarre uma mesa ao lado das imensas janelas e faça valer os quitutes e a paisagem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário