quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Vale do Reno de Bicicleta - 5 motivos para fazer este percurso

         Sempre quis fazer uma viagem sobre duas rodas, mas achava que seria uma catástrofe na certa. Bem, apesar dos contratempos (post abaixo), finalmente consegui pedalar 90 quilômetros em um dia e meio, de Mainz até Koblenz. Saiba mais Aqui! Logo eu, que achava essa ideia meio sem pé nem cabeça. Mudei de opinião! Mas antes de você desistir desse post e dizer baixinho (ou em alto e bom tom mesmo) coisas como “nem morta” ou “nem que me pagassem”, tente se perguntar: se um monte de alemães de idade avançada fazem o trecho de bicicleta, por que nós também não conseguiríamos? Vale mesmo o esforço? Esses cinco motivos devem convencê-lo.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Turismo em transporte público

 Na levada do transporte público



Quem nunca encarou um plano de férias com o orçamento apertado e teve de fazer algumas concessões para realizar aquele antigo sonho de aterrissar em Paris, Londres ou Nova York? Viajar mais gastando menos é possível com algumas pequenas dicas como se hospedar em albergues, fazer suas próprias compras no supermercado e preparar seu rango na cozinha à disposição do hostel. E quando se trata de economizar, outra boa pedida para poupar seu rico dinheirinho é abrir mão dos táxis e traslados! Não se trata só de grana, mas também de conhecer as cidades como elas realmente são, misturar-se à realidade local em vez de observá-la pela janela de um carro com motorista.
Estou imaginando-o agora torcendo o nariz, mas até o final desta coluna tentarei convencê-lo de que a aventura pode valer a pena, ainda mais em cidades europeias, onde a rede de transporte público é excelente em qualidade e extensão. Em Berlim, por exemplo, com 7 euros, você pode usar todos os transportes - e olha que não são poucos - nas áreas A, B e C da cidade por 24 horas. O que não falta é opção para bater perna em todos os bairros da capital. Dá para escolher entre U-Bahn (metrô), S-Bahn (trens), BUS (ônibus), TRAM (bondes) e Regional Bahn (trens intermunicipais). Além de chegar em qualquer ponto da metrópole, você ainda verá a miscelânea berlinense, turistas, locais, artistas e estudantes transitando ao seu lado. Sem contar os cachorros e as bicicletas que também têm direito ao embarque (sempre com um tíquete à parte, claro!).  Mesmo para aqueles que não arranham o alemão e detestam falar inglês, não tem erro. A sinalização nas grandes capitais europeias é excelente e se perder um pouquinho faz parte da aventura, não?
É dentro dos transportes públicos que encontramos os locais e a realidade de cada cidade, assim como ela é. O glamour parisiense, por exemplo, desaparece como em um conto de fadas com os odores peculiares nos túneis de seus metrôs de 110 anos. Mas, e daí? No mesmo vagão estarão senhoras de longo indo à Ópera, senhores distintos de cartolas pretas, trabalhadores, punks de cabelos verdes, garotas fantasiadas, estudantes de mochila nas costas e imigrantes. Na maioria das vezes, há também uma massa de turistas ao nosso lado, economizando e se aventurando como a gente. Experimente só desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle e ir de REM (RER – B) até o cento de Paris!
Em outros casos, o metrô é até mesmo um ponto turístico como em Moscou. Estações grandiosas, cheias de estátuas, pinturas, mosaicos e gente! Muita gente! Pode parecer até aterrorizantes, mas deixar a capital russa sem ter conhecido seu movimento subterrâneo é como não ter estado por lá. Pra deixar o passeio mais emocionante, a mesma estação pode ter vários nomes (em russo, claro!) dependendo do número de intersecções. A mais próxima do Kremlin tem quatro cruzamentos e, portanto, quatro nomes diferentes! Coisa para deixar qualquer um maluco. Diferentemente de São Paulo! A Paraíso é sempre chamada assim, não importa se chegarmos pela linha verde ou azul. Mas como teríamos descoberto essa maluquice dos russos, se tivéssemos cruzado a cidade de táxi?
É por esses e tantos outros motivos que os repórteres da “Me Leva” vasculham dicas quentinhas de viagem para você, sempre de ônibus, metrôs e bondes! E só para terminar, nada contra ao bom e velho taxímetro, mas ousar de vez em quando faz bem para os ânimos de qualquer forasteiro.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Vale do Reno e o abandono de duas companheiras durante a viagem

           Há muitos hábitos que carinhosamente nomeio de “coisas de alemão”. Uma delas são as férias de bicicleta. Não tem nada a ver com aquela coisa de amarrar a magrela atrás do carro e descer para praia no domingão. Por aqui eles escolhem um trecho do país que consideram bonito e saem pedalando — 200, 300 por que não 400 Km? — com a bagagem pendurada na garupa. Param à noite para dormir em alguma pensão e durante o almoço aproveitam o piquenique. 
Umas das minhas super amigas fez umas férias dessas para comemorar o fim do mestrado. Ela se preparou por semanas, estudou o trajeto, onde tinha mais subida, descida, abrigos no caminho e foi até Füssen, uma vila perto de Munique. Claro que fiquei tirando onda e dizendo que ninguém em sã consciência faria um negócio desse. Muito mais fácil embarcar em um ICE e alugar um triciclo qualquer no destino final. 
        Nessa época, eu passava a semana em Bonn e vinha para Weimar nos finais de semana. Cruzava o vale do Reno de trem, sempre muito cedo, meio sonâmbula, mas quase sempre colocava uns palitinhos nos olhos só para não deixar passar batido uma das paisagens mais bonitas da Alemanha. As fotos saíam sempre ruins e tremidas, quando eu tinha energia para tirá-las. Foi então que quando essa fase terminou e eu voltei definitivamente para casa, em Weimar, resolvemos entender melhor porque os alemães acham esse tal de Farradtour tão legal. O percurso foi fácil de escolher. Vale do Reno, de Mainz a Konblenz, para verificar vagarosamente tudo que sempre vi meio dormindo da janela do trem.  
Fora isso, nada mais a planejar, certo? Nós já tínhamos duas bicicletas, compradas usadas há três anos em um mercado de pulgas em Berlim. Nosso trem sairia rumo a Mainz às 7h da manhã. Ok, foi preciso fazer a reserva pessoalmente e pagar uma taxa de 12 euros por bicicleta. Bebemos com um amigo até umas cinco, tiramos uma soneca e fomos para a estação. Ao pedalar na plataforma para chegar logo no vagão das bicicletas, eis que já surge o primeiro empecilho da viagem: o pneu de uma delas estourou. Detalhe: o outro pneu fora trocado há poucos dias. A outra estava com o breque meio problemático, mas nada sério.

           Com bicicleta capenga e quebrada não daria para prosseguir. Como ficamos sem reação, sem saber bem o que fazer, entramos no vagão e penduramos a lata velha lá ao lado das potentes mountainbikes cheias de terra. Para piorar era feriado, o vagão de bicicleta estava abarrotado. E a nossa lá perneta, com a borracha frouxa e flácida, quase uma fratura exposta. Feriado, lembra? Nada aberto, nenhuma loja ou oficina. Ou voltávamos para casa com as moribundas ou dormíamos em Mainz e compraríamos duas bicicletas novas antes de iniciar a jornada no dia seguinte. 
Como seria impossível pedalar até Koblenz, voltar para Mainz, resgatar as duas velhas e adoentadas e subir no trem com quatro bicicletas, tivemos que abandoná-las assim sozinhas no meio da rua. Parece dramático, mas havia um vínculo. Elas não deviam custar mais que vintão, mas os laços eram afetivos. Cruzávamos Berlim todo fim de semana, de Charlottenburg a Prenzlauerberg com elas. Elas fizeram parte da mudança para Weimar, faziam parte da nossa vida. Abrimos as correntes e as colocamos nas cestinhas. Torcemos para que algum estudante as encontrasse e as levasse consigo para mais alguns passeios por uma cidade pequena, que não demande grandes esforços. República – universidade; Universidade – república. Então as deixamos lá. Quem sabe um dia não as reencontramos em Mainz? O fato é que agora a gente tinha que cruzar o vale inteiro pedalando, sem resmungar de dor nas pernas, afinal as abandonamos por isso. Faríamos em memória as nossas primeiras bicicletas alemãs. No próximo post! 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Projeções em Prédios Históricos - Weimar

                        International Videomapping and facade projection festival - Herderlatz -

Faça os prédios falarem! Esse é o moto do festival de projeções e fachadas interativas na cidade de Goethe, Schiller e da Bauhaus. O Genius Loci Weimar, como é conhecida a competição, terminou este final de semana com um saldo de 15 mil visitantes. O trabalho de arquitetos, designers e artistas áudio- visuais começou em fevereiro, após as inscrições e o anúncio de quais prédios estariam na lista de 2014. A ideia é reinterpretar artisticamente os edifícios históricos da cidade, explorando as especificidades de cada um.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Marrocos: FEZ e os labirintos tortuosos da medina

        Não sei se é a mesmice das coisas ou somente a curiosidade de ver o novo que nos faz sonhar em caminhar pelo Tibet, escalar o Himalaia, desbravar a Transiberiana ou explorar o deserto no lombo de camelos. Mas seja lá como for, o melhor de viajar é encontrar o desconhecido. Temê-lo. Assim, quanto mais alheia a minha realidade é o lugar, quanto mais tudo parece esquisito, mais satisfeita fecho as malas no fim da jornada.