terça-feira, 23 de março de 2010

Zoll, que saco!


Quando a gente acha que já passou por todas as experiências burocráticas possíveis em um pais estrangeiro, sempre aparece mais alguma coisa.  Depois de marcar médicos, dentista, ligar para atendimento ao cliente do servidor da internet, empresa de celular,  tomar vacina, enfrentar a cara feia dos funcionários públicos que concedem visto, descobri o Zoll! Esse troço fica na região da Bundesplatz, mais ao sul da cidade. É uma espécie de serviço de alfândega que confisca pacotes que chegam de países estrangeiros na Alemanha para averiguação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

História Viva


Segunda - feira é dia de Geschichtsgesprächskreis, na Volkshochschule (Escola do Povo).  Uma tradução bem livre, seria uma rodada de diálogos históricos, ou algo semelhante. Na verdade, é uma reunião de senhores (a maioria nascido por volta da década de 30), com muita discussão, dependendo do humor do grupo, acompanhada de chá e bolachinhas.  A gente que sempre aprende história com um certo distanciamento, chega a ficar surpreso com os relatos desses “meninos” do começo do século.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Bar e Literatura

Sexta passada fomos mais uma vez ao bar Zwiebelfisch, nos arredores da Savignyplatz. O Kneipe (assim são denominados os botecos por aqui) está lá há 30 anos, cheio de jornais e revistas legais e um gato siamês balofo que pula de mesa em mesa. A casa é bastante conhecida pela vizinhança em Charlottenburg, mas não tão popular entre jovens descoladinhos que preferem bebericar nos bairros de Kreuzberg, Prenzlauerberg ou Friedrichshain. O espaço foi, em meados da década de 70, ponto de encontro de literatos, artistas e aspirantes a escritor. É que hoje em dia esse pessoal ficou, diríamos, mais envelhecido para ser politicamente incorreta. De qualquer jeito, quando não estamos animados para sair, mas também não queremos ficar em casa, vale a visita para uma sessão cerveja, bate papo e leitura.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Alemãs violentadas em 1945

Sentada em um banco na Unter den Linden, quase em frente à embaixada russa, terminei de ler hoje  “Anonyma – Eine Frau em Berlin” (Anônima – Uma mulher em Berlim). Enquanto aguardava o horário para retirada de vistos no consulado, uma espera de mais ou menos 30 minutos sob um solzinho fraco de fim de inverno, fiquei pensando nas insanidades da guerra.

terça-feira, 9 de março de 2010

Buracos Negros e Ondas Gravitacionais


Já são nove horas da manhã e estou aqui torcendo os miolos para entender um artigo em inglês (a Alemanha está arruinando tudo que aprendi da língua mundial ao longo desses anos). Na verdade não sei se compreenderia mesmo que fosse em português, mas vai lá. Pelo que captei do título trata-se de uma publicação sobre o “Entendimento do anti-kick (eu chamo isso de empurrãozinho) na junção de dois buracos negros binários”. Ah? Sacou?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Infância na DDR


Desde que cheguei aqui já ouvi diversos relatos de como era a vida na antiga DDR, desde coisas boas até privações e necessidades. Não sei como os coitados dos alemães não se cansam de responder essas nossas perguntas: é verdade que faltavam bananas? Em que você gastou o seu Begrüßungsgeld (dinheiro que os cidadãos da Alemanha Oriental receberam na porção ocidental em 89)?, você se lembra da queda do muro? Como o ocidente chegou para você? Era melhor ou pior? As dúvidas são inúmeras e as respostas sempre diferentes.  Mas pacientemente todos eles sempre nos relatam alguma coisa interessante.

Nefertiti de casa nova

Em outubro do ano passado, o Neues Museum (na Ilha dos museus) foi reaberto, mas só conseguimos fazer nossa primeira visita neste último domingo. A coleção em si é bem legal (composta por inúmeras peças de antiguidade egípcia), mas o que mais impressiona é a história do museu em si. O prédio neoclássico de 1847 foi cerca de 70% destruído durante a segunda guerra mundial entre os anos de 1943 e 1945 e só agora retomou sua função original. Em 1939, o museu foi fechado ao público e algumas obras do acervo foram realocadas. As peças de origem egípcia, por conta da dificuldade de locomoção, foram mantidas no local protegidas por saco de areia a espera dos bombardeios. Coisa de maluco mesmo. As obras para reconstrução do museu, comandadas pelo arquiteto inglês David Chipperfield, iniciaram-se em 2003 e o governo alemão desembolsou 200 milhões para a realização do projeto.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Metropolis Completo

       Depois da premier na Berlinale, a versão original do Metropolis (Fritz Lang) ainda pode ser vista em alguns cinemas em Berlin, a exemplo do Babylon. Fui conferir semana passada as inserções das novas cenas, tidas como desaparecidas por quase 80 anos. A sessão estava lotada e o público era bastante eclético. Na platéia uma garotinha de cinco anos me chamou atenção. Nada contra levar a garotada ao cinema, mas quando se trata de um filme PB, mudo e expressionista, tenho lá minhas dúvidas. Se bem que não podemos desmerecer o trabalho da orquestra ao vivo que acompanha a apresentação, com musica original do componista Goottfried Huppertz. Dá até para esquecer que o filme é mudo. De verdade. Em contraste com a menininha, senhoras vestidas à la década de 20 (com luvinhas e chapéus retrós, na perspectiva da minha geração) também compunham a platéia.