Em outubro do ano passado, o Neues Museum (na Ilha dos museus) foi reaberto, mas só conseguimos fazer nossa primeira visita neste último domingo. A coleção em si é bem legal (composta por inúmeras peças de antiguidade egípcia), mas o que mais impressiona é a história do museu em si. O prédio neoclássico de 1847 foi cerca de 70% destruído durante a segunda guerra mundial entre os anos de 1943 e 1945 e só agora retomou sua função original. Em 1939, o museu foi fechado ao público e algumas obras do acervo foram realocadas. As peças de origem egípcia, por conta da dificuldade de locomoção, foram mantidas no local protegidas por saco de areia a espera dos bombardeios. Coisa de maluco mesmo. As obras para reconstrução do museu, comandadas pelo arquiteto inglês David Chipperfield, iniciaram-se em 2003 e o governo alemão desembolsou 200 milhões para a realização do projeto.
Destaque do museu, o busto da rainha egípcia Nefertiti, com cerca de 3.400 anos, foi transferido do Altes Museum (no Lustgarten) para o atual Neues Museum. Só o transporte da peça rendeu inúmeras matérias de jornal. Descoberto pelo arqueólogo alemão Ludwig Borchardt e trazido para Alemanha em 1912, o busto tem uma sala especial só para ele. Ao redor do vidro de proteção, inúmeros turistas, curiosos, berlinenses e dois seguranças com cara de mau, encarregados de zelar pela segurança da raridade, circulam com ares de reverência à representação da rainha egípcia. Ainda assim é bem mais tranqüilo apreciar o rosto da Nefertiti do que tentar dar uma espiada no sorrisinho da Monalisa. Apesar da movimentação, o espaço ainda não virou uma lata de sardinhas.
Resumo da ópera: dá para perder algumas boas horas lá dentro. Só as peças do museu egípcio e de papiro (são bem legais, expostos em gavetas interativas) somam 2.500 itens espalhados por três andares em um total de 3.600 metros quadrados. Às vezes eu só me pergunto como será que tudo isso ainda sobreviveu aos anos de guerra. Também penso o que se pode ver no Egito além das pirâmides, já que aparentemente está tudo (com seu devido exagero, eu sei) por aqui e no Louvre, em Paris. Mas deixo essas questões para sociólogos, antropólogos e historiadores. Afinal, isso não é um blog com intenções políticas. Juro que é tudo sem pretensões.
2 comentários:
Rê, tem bastante coisa no Metropolitan de NY.
E nos museus do Vaticano também, fora todos os obeliscos nas praças de Roma...
Me levam para ver a dita cuja quando estiver por aí?...
Pois é. Pior ainda. O que será que restou no Egito?
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