terça-feira, 26 de agosto de 2014

Turismo em transporte público

 Na levada do transporte público



Quem nunca encarou um plano de férias com o orçamento apertado e teve de fazer algumas concessões para realizar aquele antigo sonho de aterrissar em Paris, Londres ou Nova York? Viajar mais gastando menos é possível com algumas pequenas dicas como se hospedar em albergues, fazer suas próprias compras no supermercado e preparar seu rango na cozinha à disposição do hostel. E quando se trata de economizar, outra boa pedida para poupar seu rico dinheirinho é abrir mão dos táxis e traslados! Não se trata só de grana, mas também de conhecer as cidades como elas realmente são, misturar-se à realidade local em vez de observá-la pela janela de um carro com motorista.
Estou imaginando-o agora torcendo o nariz, mas até o final desta coluna tentarei convencê-lo de que a aventura pode valer a pena, ainda mais em cidades europeias, onde a rede de transporte público é excelente em qualidade e extensão. Em Berlim, por exemplo, com 7 euros, você pode usar todos os transportes - e olha que não são poucos - nas áreas A, B e C da cidade por 24 horas. O que não falta é opção para bater perna em todos os bairros da capital. Dá para escolher entre U-Bahn (metrô), S-Bahn (trens), BUS (ônibus), TRAM (bondes) e Regional Bahn (trens intermunicipais). Além de chegar em qualquer ponto da metrópole, você ainda verá a miscelânea berlinense, turistas, locais, artistas e estudantes transitando ao seu lado. Sem contar os cachorros e as bicicletas que também têm direito ao embarque (sempre com um tíquete à parte, claro!).  Mesmo para aqueles que não arranham o alemão e detestam falar inglês, não tem erro. A sinalização nas grandes capitais europeias é excelente e se perder um pouquinho faz parte da aventura, não?
É dentro dos transportes públicos que encontramos os locais e a realidade de cada cidade, assim como ela é. O glamour parisiense, por exemplo, desaparece como em um conto de fadas com os odores peculiares nos túneis de seus metrôs de 110 anos. Mas, e daí? No mesmo vagão estarão senhoras de longo indo à Ópera, senhores distintos de cartolas pretas, trabalhadores, punks de cabelos verdes, garotas fantasiadas, estudantes de mochila nas costas e imigrantes. Na maioria das vezes, há também uma massa de turistas ao nosso lado, economizando e se aventurando como a gente. Experimente só desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle e ir de REM (RER – B) até o cento de Paris!
Em outros casos, o metrô é até mesmo um ponto turístico como em Moscou. Estações grandiosas, cheias de estátuas, pinturas, mosaicos e gente! Muita gente! Pode parecer até aterrorizantes, mas deixar a capital russa sem ter conhecido seu movimento subterrâneo é como não ter estado por lá. Pra deixar o passeio mais emocionante, a mesma estação pode ter vários nomes (em russo, claro!) dependendo do número de intersecções. A mais próxima do Kremlin tem quatro cruzamentos e, portanto, quatro nomes diferentes! Coisa para deixar qualquer um maluco. Diferentemente de São Paulo! A Paraíso é sempre chamada assim, não importa se chegarmos pela linha verde ou azul. Mas como teríamos descoberto essa maluquice dos russos, se tivéssemos cruzado a cidade de táxi?
É por esses e tantos outros motivos que os repórteres da “Me Leva” vasculham dicas quentinhas de viagem para você, sempre de ônibus, metrôs e bondes! E só para terminar, nada contra ao bom e velho taxímetro, mas ousar de vez em quando faz bem para os ânimos de qualquer forasteiro.

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