quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Norte da Alemanha – as docas antigas de Hamburgo (Speicherstadt)

Speicherstadt, Hamburgo
A região do porto de Hamburgo, conhecida como Hafencity, é uma das principais atrações turísticas ao norte da Alemanha. Mas, o distrito das docas, chamado por essas bandas de Speicherstadt, merece também uma baita atenção. Essa área garante um longo bate-pernas com suas casinhas góticas de tijolos vermelhos, canais estreitos banhados pelo Elba e os depósitos das iguarias que chegam dos cargueiros. Sem contar com a imensidão de lojinhas e restaurantes ambientados em um cenário de arquitetura moderna, cheia de prédios envidraçados e áreas arborizadas. Por aqui estão também a famosa filarmônica de Hamburgo (a Elbphilarmonie) – um projeto polêmico, biliardário e megalomaníaco –  e a sede do semanário mais famoso do país, a Der Spiegel.


Elbphilarmonie à beira do rio homônimo 
Projeto da Elbphilarmonie
Delimitado pelas estações Deichtorhallen e Baumwallen (os nomes “trava-línguas” parecem palavrões, mas não tem como escapar), trata-se do maior depósito portuário do mundo. A construção do complexo foi iniciada em 1883, cinco anos antes da cidade conseguir a autorização para livre exploração do porto, nos tempos do Kaiser Guilherme. O tempo passou e, desde 1991, o espaço é tombado pelo UNESCO como patrimônio cultural da humanidade. Os prédios que emergem dos tortuosos canais são divididos em blocos, de acordo com os produtos que abrigam – tapetes persas, café, cacau ou chás.
As docas de Hamburgo
Há passeios de barco pelos canais que partem da Landungsbrücke (sério, juro que não é minha culpa os nomes das estações), em St.Pauli. Mas, só de passear pelas pontes de aço que cruzam as águas, já temos uma boa ideia do bairro. De noite, com o acender das 800 luzinhas, que brilham sobre os canais, o visual fica ainda mais bonito. Entre algumas das atrações estão o centro de informações da região, o Speicherstadtmuseum e o Museu Marítimo. Ok, além da colossal exposição de miniaturas (Miniaturwunderland), com perdão do paradoxo, um dos programas que mais atraem turistas em Hamburgo. 
Museu Marítimo
Mas o passeio só fica mesmo completo com um pit stop bem ao lado, na cafeteria Kafferösterei. Ali, saboreiam-se grãos de diversas partes do mundo – Brasil, Equador, República Dominicana, entre outros produtores – com uma vista a tiracolo dos canais. Enquanto os clientes degustam xícaras fumegantes da bebida, funcionários moem, separam os grãos e ensacam para o processo de distribuição. Além dos bolos, na parte da tarde, a casa também prepara waffles na hora, fresquinhas.
Kafferösterei
A fila é grande, então leve bastante paciência. Dá para se distrair vendo alguns alemães pedirem “um café” e notar a atendente meio confusa perguntando de volta: “mas qual exatamente”?  Quem não quiser tomar lá, pode comprar e levar para casa. As vendedoras são solícitas e explicam tudo sobre a intensidade, aroma e sabor de cada região. A coisa anda tão “hype” que aqueles sacões de fazenda escritos “café do Brasil” são vendidos como souvenires, tipo a 15 pilas! Coisas da indústria cultural, mas... Ali também encontram-se à venda vários modelos e tamanhos de bialetti (a cafeteira italiana), inclusive as coloridinhas. Ou seja, para quem gosta de café é um prato cheio. 

Um outro local para tomar alguma coisa, é o Fleetschlösschen, um dos pontos mais fotografados do Speicherstadt. São os resquícios de um castelinho, transformado em um pequeno bistrô. Melhor mesmo é se perder entre as casinhas avermelhadas e descobrir uns cantinhos próprios pra chamar de seu.  


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