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| Portão Holstentor, Lübeck | 
Esta pequena urbe ao Norte de Hamburgo, antigo centro da liga hanseática, é uma baita excursão. Casinhas de tijolos avermelhados, igrejas medievais e o rio Trave dão o charme ao passeio. E não é só isso. Uma das principais produtoras de marzipã do país tem sede aqui, a famosa confeitaria Niederegger. Mas Lübeck não é só a cidade do doce de amêndoa. Viveram por aqui ainda dois pesos pesados da literatura alemã: Thomas Mann e Günter Grass (ambos Nobel de literatura em 1929 e 1999). Outro filho de Lübeck é o Nobel da paz Willy Brandt, ex-prefeito de Berlim e criador da nova política do Leste durante os tempos de Guerra Fria. Cinco motivos que valem a visita:
 
1. O Portão Holstentor e as docas de sal
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| Docas de Sal à beira do rio Trave | 
Quem chega à Lübeck pela estação principal de trem (40 minutos de Hamburgo) será recepcionado por este portão (foto do abre), construído em 1464 para proteger a cidade e seus bens ganhos com o comércio marítimo. A frase em latim “Concordia Domi Foris Pax” (harmonia interior e paz exterior) está cravada na estrutura. Embaixo dos arcos, pintores vendem suas obras aos forasteiros que seguem rumo ao centro. Trata-se mesmo, com o perdão do chavão, do cartão-postal da cidade. À direita do portão, belos armazéns de tijolinhos vermelhos, à beira do rio, serviam para armazenar o sal que chegava à Lübeck antes de ser enviados à Escandinávia. Hoje, uma série de lojinhas ocupam o espaço. 
2. Passeio de Barco pelo porto
Lübeck from 
Regina Cazzamatta on 
Vimeo.
Deslumbrar as torres esverdeadas e a arquitetura típica do norte da Alemanha pelo rio é uma experiência e tanto. A embarcação passará pelo porto principal (nem tão belo assim), onde estão atracados diversos barcos com função de teatro, restaurante ou balada. Além da estrela da cidade, a Lisa de Lübeck – uma caravela que de tempos em tempos ainda zarpa para o norte. Pelos canais, à beira de parques, a atmosfera fica mais idílica. Alguns correm à beira do Trave, enquanto outros leem à borda de sua lanchas. Quer ter uma ideia do percurso?  Clica aqui no vídeo.
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| Arquitetura às margens do rio Trave | 
 
3. As igrejas góticas de tijolinhos
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| Sinos que despencaram com bombardeios da II Guerra Mundial, na igreja Marienkirche | 
O centro histórico têm quatro igrejas importantes, dignas de visita. A Petrikirche é tipicamente protestante e bem simples. Mas, o imperdível dela é a torre panorâmica, com vistas incríveis para Lübeck entre as águas. E mais: tem elevador! Já a Marienkirche (a terceira maior da Alemanha) marca a paisagem com suas torres gêmeas e esverdeadas. Seu interior é coloridíssimo, cheio de vitrais. Um dos principais destaques são os sinos estatelados no chão. Isso mesmo. Durantes os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, eles despencaram da torre, demoliram o piso e desde então permaneceram por lá como memorial. No interior do templo, há ainda um relógio solar e vitrais que mostram a curiosa dança da morte. Antes de entrar, faça uma foto com o diabo do lado de fora! Diz a lenda que o demo ajudou a construir o templo, acreditando que a construção abrigaria uma casa de vinhos! Por fim, a catedral de Lübeck é a mais antiga da cidade, de 1173, e a Katharinenkirche exibe a “Ressureição de Lazaro”, de Tintoretto.
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| O diabo que deu uma força na construção da Marienkirche  | 
 
4. Uma viagem literária. 
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| Antiga moradia do escritor alemão Thomas Mann | 
Ninguém sabe se é o clima chuvoso ou o excesso de marzipã. Mas que Lübeck produz escritores de primeira, isso é inegável. A casa em que Thomas Mann nasceu em 1875 é atualmente um museu. Você aprenderá tudo sobre a vida do gênio de frases enormes e enroladas como jiboia. A origem da família (sua mãe era brasileira), o desenvolvimento literário do escritor, as negociações sobre publicação com a editora Fischer até a emigração para fugir do nazismo. Como os cômodos da casa teriam influenciado trechos da obras de Mann, há nos móveis menção às páginas em que o ambiente é detalhado. Baita viagem pelas letras. Aliás, o museu se chama “Buddenbrookhaus”, em alusão a obra homônima que deu o Nobel ao literato. O romance conta a decadência de uma família burguesa de Lübeck e também descreve vários pontos da cidade. Outra parada essencial para os amantes da literatura é a casa Günter Grass. O autor cresceu nos arredores e também possui uma exibição sobre vida, obra, textos e outro trabalhos artísticos.
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| Fachada do Museu Günter Grass | 
 
5. Planeta Marzipã