Estava aqui matutando coisas que adorava fazer quando era criança, hábitos deixados para trás sejam lá por quais motivos. Culpa, possivelmente, do mal de se viver em civilização. Entre as minhas atividades favoritas no pré (sim, ainda existia o tal pré na escola “Moranguinho”) era a caça às joaninhas. Havia muitas nos jardins laterais da piscina. Eu gostava tanto (e ainda gosto) das redondinhas vermelhas de bolas pretas que as queria todas para mim. Colocava-as todas dentro do recipiente retangular do apontador de lápis, até que ele ficasse cheio. Uma pequena maquiavélica! Ficava irritada porque elas se debatiam para voar de volta ao jardim e tampava o frasquinho com o apontador. Algumas morriam esmagadas no procedimento, mas a perda era compensada pelas que sobreviviam e perambulavam presas conforme meu desejo. Colocava-as dentro do meu estojo, as deixava lá trancafiada por algumas horas até ser arremetida por um lapso de vontade de retirar a base do apontador. Elas sempre iam embora e me deixavam intrigada. Afinal, eu as tinha protegido tão bem e elas ingratas voltavam todas para casa! Hoje, toda vez que vejo uma joaninha lembro dos meus conflitos infantis com elas. Ok, confesso. Brinco um pouco com as bundudas em minhas mãos, me pergunto se eu matei alguma de suas ancestrais, mas logo abro a janela para que voem pra bem longe, para onde quiserem. Algumas insistem em ficar para o meu espanto.
Mudança que hoje me faz lembrar da tal “metamorfose ambulante”. Essa coisa estapafúrdia aí que aos meus ouvidos infantis nos anos 80 soava qualquer coisa muito ruim. Mas também o que poderia se esperar de um barbudo esquisitão com cara de comuna estampada nas capas dos discos? Descia para praia de carro com meus pais e tios ouvindo (acho que só poderia ser fita, ou já existia carro com CD?) a tal música e sempre me arrepiava de medo “daquela velha opinião formada sobre tudo”. Uma velha tipo a minha bisavó Abigail, que na minha imaginação era intrometida, mandona e dava sua ultrapassada opinião formada sobre tudo. E sei lá porque raios a senhora aparecia sempre numa cadeira de balanço. Pior é que quando eu assistia o “Fantástico Mundo de Bob” achava o menino meio estúpido.
Tudo bem. Devo desculpas às joaninhas e a bisa Abigail. Um “foi mal” também seria apropriado a algumas amigas. As persuadia a competirem comigo em uma corrida de bunda escada abaixo. Algumas vezes usávamos um papelão para escorregar, mas a técnica foi se aprimorando tanto, que colocávamos meias-calças e dava um impulso tão grande que só conseguíamos mesmo parar no último degrau, muitas vezes com as pernas roxas. Subi as escadas do meu prédio hoje até o quarto andar e pensei que a brincadeira seria bem mais interessante por aqui. Mas ainda não ousei recolocar o hábito em prática, afinal o que pensariam os alemães de uma brasileira de meias calças descendo as escadas de bunda?
E aí, alguém se habilita a contar hábitos estranhos da infância?
Mudança que hoje me faz lembrar da tal “metamorfose ambulante”. Essa coisa estapafúrdia aí que aos meus ouvidos infantis nos anos 80 soava qualquer coisa muito ruim. Mas também o que poderia se esperar de um barbudo esquisitão com cara de comuna estampada nas capas dos discos? Descia para praia de carro com meus pais e tios ouvindo (acho que só poderia ser fita, ou já existia carro com CD?) a tal música e sempre me arrepiava de medo “daquela velha opinião formada sobre tudo”. Uma velha tipo a minha bisavó Abigail, que na minha imaginação era intrometida, mandona e dava sua ultrapassada opinião formada sobre tudo. E sei lá porque raios a senhora aparecia sempre numa cadeira de balanço. Pior é que quando eu assistia o “Fantástico Mundo de Bob” achava o menino meio estúpido.
Tudo bem. Devo desculpas às joaninhas e a bisa Abigail. Um “foi mal” também seria apropriado a algumas amigas. As persuadia a competirem comigo em uma corrida de bunda escada abaixo. Algumas vezes usávamos um papelão para escorregar, mas a técnica foi se aprimorando tanto, que colocávamos meias-calças e dava um impulso tão grande que só conseguíamos mesmo parar no último degrau, muitas vezes com as pernas roxas. Subi as escadas do meu prédio hoje até o quarto andar e pensei que a brincadeira seria bem mais interessante por aqui. Mas ainda não ousei recolocar o hábito em prática, afinal o que pensariam os alemães de uma brasileira de meias calças descendo as escadas de bunda?
E aí, alguém se habilita a contar hábitos estranhos da infância?
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