Se a proposta do dia é mesmo curtir um tibum com solzão, não é preciso ficar restrito ao bairro de Bocagrande, com sua praia "meia-boca", com perdão do trocadilho. Uma das excursões mais populares a partir de Cartagena é o combo “Playa Blanca” e “Isla del Rosario”.
Barcos saem do “Muelle Turístico de los Pegasos” e o trajeto dura cerca de uma hora. Reserve cerca de 85 mil pesos colombianos, incluindo a taxa portuária para o passeio, que inclui o almoço. A primeira parada é a Ilha do Rosário, a 35 Km de Cartagena, um apanhado de 27 pequenas ilhas de corais e mais uma porção de ilhotas. Todo o complexo pertence ao parque nacional “Corales del Rosario y San Bernardo”.
Barcos saem do “Muelle Turístico de los Pegasos” e o trajeto dura cerca de uma hora. Reserve cerca de 85 mil pesos colombianos, incluindo a taxa portuária para o passeio, que inclui o almoço. A primeira parada é a Ilha do Rosário, a 35 Km de Cartagena, um apanhado de 27 pequenas ilhas de corais e mais uma porção de ilhotas. Todo o complexo pertence ao parque nacional “Corales del Rosario y San Bernardo”.
A área exibe o mais extenso e diversificado recife de corais da costa caribenha com um belíssimo nuance de cores e movimentos. É um dos ecossistemas mais ricos do litoral marcado pelas águas que oscilam entre tons de azul turquesa ou verde marinho, dependendo de onde o barco se encontra. Há duas opções na primeira etapa da viagem. Quem quiser descer e colocar os pés na ilhota pode visitar o aquário local (taxa extra para o bilhete), considerada a principal atração turística. Há shows de golfinhos, tanques de tartarugas e outros esquisitões do oceano.
Outra opção bastante popular é fazer snorkel ali à beira da ilha mesmo (pode-se alugar o equipamento por 30 mil pesos). Só pular do barco com a equipe e explorar o universo submarino multicolorido. Cardumes de peixes azuis e amarelos dão o ar da graça de tempos em tempos. Apesar das belezas naturais, não se trata exatamente de um local deserto. Muito pelo contrário, vá preparado para encontrar muitas pessoas ali vidradas nos recifes. Além disso, é fácil se cortar na aventura, uma vez que o relevo de corais varia bastante e é bem fácil esbarrar pernas e pés. Assim, não custa nada levar um esparadrapo por segurança. É um destino bastante popular que pode decepcionar quem vai à espera de algo mais reservado, para tardes silenciosas com um livro embaixo de um coqueiro. Quem quiser curtir a ilha lentamente, a boa é passar a noite em algum hotel, a única forma de realmente permanecer em terra firme.
Depois do mergulho entre os corais, a lancha segue para a Praia Branca, que repousa na ilha Baru e faz jus ao nome com suas areia branquíssimas e fofas. O almoço é servido nas barracas – peixe ou frango, acompanhados de arroz de coco, arepa (uma massa redonda e achatada de farinha de milho) e pacatón (banana frita da terra). Há diversas tendas ao longo da orla, algumas até com camas para o cochilo vespertino. Apesar do visual romântico, o clima está mais para festa do que para um refúgio – salsa, cumbia e outro ritmos ecoam com o mar, ocupado por banana boats e jet skis. Ao caminhar pela beira mar, encontramos uma infinidade de corais, pedrinhas com os mais curiosos formatos e marcas que se desprendem dos recifes, por conta da alta temperatura das águas. Belos souvenires dado de presente pela natureza.
Santa Marta e Barranquilla – outras facetas colombianas
Mas não é só Cartagena e suas ilhas que são famosas pelo litoral de climão hakuna matata. A cidade de Santa Marta, na costa da baía homônima, e aos pés da Sierra Nevada também atrai turistas em busca de praia, sol e mar. A viagem a partir de Cartagena demora entre três e quatro horas de ônibus. Por isso, é fortemente aconselhável pernoitar por lá para não ficar muito cansativo. No caminho, uma paradinha em Barranquilla deixa o trajeto mais leve. A marca dessa cidade industrial-portuária é o encontro do mar caribenho com o rio Magdalena, um dos principais que corta o país de norte a sul. Devido a sua importância nas rotas comerciais da era colonial, alguns ainda se referem a ela como o portão dourado da Colômbia.
Mas sejamos sinceros, perto das irmãs Cartagena e Santa Marta, Barranquilla fica mesmo ofuscada, com exceção do período de Carnaval. Durante a festa, – uma das maiores da América Latina, perdendo somente (claro!) para o do Rio de Janeiro–, Barranquilla se torna o imã turístico da região. Para os fãs do pop, o município é o local de nascimento de Shakira. Conta-se que a moça, à época ainda com suas madeixas morenas, criou toda coragem necessária para soltar o vozeirão para um produtor da Sony. Um anos depois, surgia seu primeiro álbum “magia”. Além disso, aqui também é o local de nascimento do atacante Téo Gutierez e abriga o Estádio Metropolitano Roberto Meléndez, casa da seleção colombiana de futebol e do clube Atlético Júnior. Barranquilla é uma cidade típica da América Latina, a maior da costa caribenha, então se prepare para bastante caos e trânsito.
Mais uns 90 minutos de viagem e a paz estará a seus pés nas praias de Santa Marta. Nesse litoral, encontra-se de tudo, desde barquinhos de ares bucólicos, até boias gigantes multicoloridas e jet-skis para a diversão da garotada. A cidade, fundada em 1525 por Rodrigo de Bastidas, pertence ao departamento de Magdalena e é uma das mais antigas da Colômbia. À época, os espanhóis exploraram o ouro e as riquezas dos índios Tayronas, que até hoje vivem em Sierra Nevada, a cadeia de montanhas que emerge do mar e circunda a cidade. Além das praias, a urbe exibe a catedral mais antiga da Colômbia. Uma estrutura branca e massiva com diversos estilos arquitetônicos, uma vez que sua construção foi finalizada somente no século 18. O fundador de Santa Marta está enterrado ali. O corpo de Simón Bolívar também foi trazido para cá em 1830, mas seus restos mortais foram transportados de volta para Caracas – sua cidade Natal – doze anos depois do seu falecimento.
Admiradores do líder da libertação latino-americana não podem deixar de visitar a Quinta de San Pedro Alejandrino. No subúrbio de Mamatoco, a 4Km do centro, foi nesta antiga fazenda de cana de açúcar que Bolívar passou os últimos dias de sua vida. Ao contrário do que muitos acreditam, a propriedade não pertencia a ele, mas sim a um espanhol simpático à causa da independência e admirador de Bolívar. Ele teria convidado o herói para passar uns dias e descansar no campo antes de partir pela sua jornada rumo à Europa. Mas, debilitado pelos problemas de saúde e pesando pouco mais que 40 quilos, o líder revolucionário não aguentou o baque e faleceu no local. A autopsia revelou, posteriormente, que além da conhecida tuberculose, Bolívar ainda estava com malária e cirrose (!). O complexo atualmente abriga uma massiva estrutura central conhecida como o Altar da Pátria. Lá uma enorme estátua de Bolívar em mármore o homenageia. Observe seu rosto por todos os lados, da esquerda, ao centro e pela direita.
O semblante muda conforme a luminosidade, dando a impressão de um rosto incialmente jovem e depois mais cansado e envelhecido. No museu bolivariano, há obras, pinturas e quadros doadas por artistas dos países liberados pelo líder – Colômbia, Venezuela, Panamá, Equador, Peru e Bolívia. O passeio não ficaria completo sem uma volta pelos esplendorosos jardins, que pertencem ao jardim botânico. E quando o quesito é ídolos, há quem preste seu tributo à Bolívar e siga direto para o Estádio Eduardo Santos, onde está a estátua cabeluda do ex-capitão da seleção colombiana – o ícone dos anos 90, Carlos El Pibe Valderrama.
Mas independente da motivação que traz os forasteiros a este país – a literatura de Gabo, os ícones da bola Gutiérrez e Valderrama, o charme pop da Shakira, os segredos das coloridas vielas de Cartagena ou as águas cristalinas do Caribe – não é difícil assimilar e se pegar cantando o segundo hino nacional da nação, o clássico de Lucho Bernúdez – “Cantando, cantando yo viviré, Colombia, tierra querida”!
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