(ilustração do blogueiro e designer Gustavo)
Hoje meu pai completa 55 anos, agora dentro da sua canoa “para nunca mais saltar”, cursando o rio solto solitariamente. Reli o conto do Guimarães hoje, depois de muitos anos, e me simpatizei ainda mais com o garoto- narrador. Enquanto ele ficou lá com as “bagagens da vida”, o pai desertou para a “outra sina do existir”. E de tempos em tempos, ele repetia: “foi pai que um dia me ensinou a fazer assim”. Dessa frase veio o clique, a lembrança das DEZ coisas que eu só poderia mesmo ter vivenciado com o meu pai. Afinal, cada um aprende do seu jeito.
1. Escola pra que se temos o Ibirapuera? Embora isso gere até hoje olhares de reprovação, foram tardes imperdíveis que eu não tinha vontade de ir à escola (ao jardim da infância, na verdade) e acabava aceitando a proposta de ir ao parque balangar um pouco sob as árvores. Segredo que eu achava ficar só entre a gente!
2. Jogar Sonic de madrugada. Com menos de dez anos eu já descobrira todos os truques para matar os Robotniks e terminar a fita. Jogávamos a primeira fase umas cinqüenta vezes para acumular o maior número de vidas possíveis. Isso no fundo chama-se persuasão! Ninguém dorme antes do fim do jogo!
3. Uma afogada para cada ano. Puxar as orelhas no dia do aniversário era chato. Nada como levar oito “caldos”, um após o outro, para ganhar fôlego, quando está se aprendendo a nadar!
4. Ir ao Rio só para voar. Hoje em dia é comum as crianças já nascerem dentro de aeronaves, mas na década de 80.... Ao se dar conta que aos 6 anos eu nunca tinha andado de avião, disse: “ Vamos pro Rio”. Visitamos uma tia, mas voltamos de ônibus porque a passagem devia ser cara.
5. Sem fingir ser bom exemplo ou o adulto perfeito. O mais legal de ganhar de surpresa a casa do pônei, depois de já ter desistido do brinquedo e entendido que não caberia no orçamento do mês, é ouvir a explicação dada à família inteira: “eu troquei a etiqueta do preço com a de uma boneca mais barata e a caixa não percebeu”!. Rá. Acho que foi por isso que introduziram os códigos de barra!
6. Choque de temperatura faz bem a saúde. Sair da sauna e competir quem tem coragem de pular na piscina fria primeiro. Muitas vezes eu não tinha a opção, já que ia mesmo carregada a tiracolo.
7. Estratégia. Aprender a jogar xadrez não era só saber mover as peças. Eu tinha que tentar prever os três próximos lances. “Você tomará cheque mate em mais duas ou três jogadas”. Batata. Nunca ganhei uma partida! Outra: pra que equação de segundo grau se dá para explicar o Teorema de Pitágoras, virando o livro de ponta cabeça e traçando minúsculos quadradinhos dentro do próprio retângulo?
8. Pra que a pressa. Ir te buscar na balada às 6h, sem resmungar, e levar todas as amigas para tomar café da manhã no Franz Café antes de levar cada uma pra sua casa.
9. Manter suas convicções até o fim. Isso significa acreditar em Terra dos Gigantes e que a gente pode sim chegar até lá voando (literalmente).
10. Dá pra se viver com pouco. Pra que levar saco de dormir e protetor solar para caminhada (ou maratona) se existem inúmeras árvores pelo caminho? Esses apetrechos só pertencem ao nosso mundo e, em sua palavras, é uma “trigonometria errada”.
1. Escola pra que se temos o Ibirapuera? Embora isso gere até hoje olhares de reprovação, foram tardes imperdíveis que eu não tinha vontade de ir à escola (ao jardim da infância, na verdade) e acabava aceitando a proposta de ir ao parque balangar um pouco sob as árvores. Segredo que eu achava ficar só entre a gente!
2. Jogar Sonic de madrugada. Com menos de dez anos eu já descobrira todos os truques para matar os Robotniks e terminar a fita. Jogávamos a primeira fase umas cinqüenta vezes para acumular o maior número de vidas possíveis. Isso no fundo chama-se persuasão! Ninguém dorme antes do fim do jogo!
3. Uma afogada para cada ano. Puxar as orelhas no dia do aniversário era chato. Nada como levar oito “caldos”, um após o outro, para ganhar fôlego, quando está se aprendendo a nadar!
4. Ir ao Rio só para voar. Hoje em dia é comum as crianças já nascerem dentro de aeronaves, mas na década de 80.... Ao se dar conta que aos 6 anos eu nunca tinha andado de avião, disse: “ Vamos pro Rio”. Visitamos uma tia, mas voltamos de ônibus porque a passagem devia ser cara.
5. Sem fingir ser bom exemplo ou o adulto perfeito. O mais legal de ganhar de surpresa a casa do pônei, depois de já ter desistido do brinquedo e entendido que não caberia no orçamento do mês, é ouvir a explicação dada à família inteira: “eu troquei a etiqueta do preço com a de uma boneca mais barata e a caixa não percebeu”!. Rá. Acho que foi por isso que introduziram os códigos de barra!
6. Choque de temperatura faz bem a saúde. Sair da sauna e competir quem tem coragem de pular na piscina fria primeiro. Muitas vezes eu não tinha a opção, já que ia mesmo carregada a tiracolo.
7. Estratégia. Aprender a jogar xadrez não era só saber mover as peças. Eu tinha que tentar prever os três próximos lances. “Você tomará cheque mate em mais duas ou três jogadas”. Batata. Nunca ganhei uma partida! Outra: pra que equação de segundo grau se dá para explicar o Teorema de Pitágoras, virando o livro de ponta cabeça e traçando minúsculos quadradinhos dentro do próprio retângulo?
8. Pra que a pressa. Ir te buscar na balada às 6h, sem resmungar, e levar todas as amigas para tomar café da manhã no Franz Café antes de levar cada uma pra sua casa.
9. Manter suas convicções até o fim. Isso significa acreditar em Terra dos Gigantes e que a gente pode sim chegar até lá voando (literalmente).
10. Dá pra se viver com pouco. Pra que levar saco de dormir e protetor solar para caminhada (ou maratona) se existem inúmeras árvores pelo caminho? Esses apetrechos só pertencem ao nosso mundo e, em sua palavras, é uma “trigonometria errada”.
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