“Minha querida Mama, estou saudável”. Assim, de
forma curta e precisa, relata um filho suas condições de vida, em 2 de dezembro
de 1939. “Posso receber duas correspondências por mês”, explicava ele sobre as
regras do campo de concentração Sachesenhausen, em Berlim. Tudo para apaziguar
os ânimos maternais aflitos no país vizinho. Esta carta e uma série de outros
documentos estão expostos na Fábrica do Schindler - sim, o mesmo da película do Spielberg! -,
em Cracóvia.
Assim como o portão e os trilho de trem marcam
a imagem do complexo Auschwitz-Birkenau, é impossível não reconhecer a fábrica
pelo filme (a Lista de Schindler). A exibição vai muito além da história do capitalista alemão,
interessado em lucrar com a mão de obra judia, mas que no meio do caminho, acaba
protegendo e salvando a vida de seus funcionários, a custo de muito suborno da
polícia e contatos com oficiais nazistas.
Uma sala repleta de suásticas nos pisos e paredes marca, definitivamente,
a Cracóvia sob ocupação nazistas e dali para frente a mostra fica mais tensa,
com fotos das barbaridades ocorridas e de reconstruções de mini esconderijos insalubres
e empoeirados. Na remontagem do gueto e suas muralhas, destacam-se imagens dos
moradores, entre ele velhos e crianças, pouco antes do pior acontecera, além de
frases de sobreviventes. Entre elas, e de um célebre garoto: “De repente,
percebi que seriamos emparedados. Fiquei tão assustado que caí no choro”, relatou Polanski,
com apenas oito anos.
Às segundas, a entrada é de graça, mas é bom
garantir os tíquetes bem cedo. Há horário marcado e é bem possível que após a
retirada dos bilhetes, a próxima visita esteja marcada para ali a duas horas. Mas,
sem problemas. Aproveite para ver os resquícios do muro que circundava o gueto
a poucas quadras dali.
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