21.05.2009
Um boteco é o lugar para qualquer assunto ser problematizado, relativizado e sem o menor pudor, esquecido. Tá bom, não importa o quão profunda é a conversa - ela serve mesmo como pano de fundo para rodadas e rodadas de cerveja, sem grandes pretensões acadêmicas. Quando o tal bar é próximo a uma universidade, a coisa piora. Parece que não faltam idéias para polemizar. A atmosfera propicia horas de efervescentes discussões políticas, de estilo de vida, pós – modernidade e por aí vai.
Quem já não se viu em uma situação assim? Não, não me refiro ao conteúdo, mas sim à conversa boêmia. Pois é. O que defendíamos já mudou, já nem sabemos mais nossa posição (talvez isso seja mais radical entre nós jornalistas). Esse vício que se perpetua durante os anos universitários fica na memória como nossos bons momentos e pronto. Não lembramos mais de muita coisa mesmo. Pra mim não foi diferente. Só me recordo de um único tema em pauta numa quinta-feira à noite do terceiro ano de graduação que rendeu muitas “saideiras". É, a palavra perde o sentido quando não é levada a sério e as pessoas não vão embora.
Entre tantas baboseiras que gostávamos de levar à mesa-redonda, a daquela noite era o amor como construção social. Ih? Sem preocupações, não vou começar a escrever aqui o pouco que aprendi sobre os textos do Nietzsche. Também não me perguntem o que eu achava. Não lembro! Mecanismo de defesa? Talvez!
Esta noite de quinta-feira veio à tona quando pensei em escrever uma crônica para um casal de amigos que completa um ano de casados nessa semana. Sim, eles se conheceram na mesma escola elitista de um bairro do centro expandido de São Paulo há dez anos. Namoraram, brigaram, voltaram, noivaram, viajaram, juntaram grana, casaram.
Mas o que faz duas pessoas tão diferentes se entenderem tão bem? Ele gosta de números, física, astronomia. Ela gosta de história, cinema, literatura. Ele é esportista, ela sedentária de carteirinha. Ele é disciplinado, organizado. Ela convive com crises de rotina. Ele é calmo, tranqüilo e ponderado. Ela é tagarela, agitada e ansiosa. Ele gosta de dormir cedo. Ela assiste TV até tarde. Sinceramente, não sei. Acho que nem eles.
Namoraram durante a adolescência, durante os badalados anos de faculdade. A vida a dois não combina com o individualismo cotidiano? Eles não se importaram e foram em frente! Sonharam juntos, aprenderam a fazer planos a dois, saíram de mochila nas costas, currículos no bolso e começaram a vida. No fundo eles surpreenderam e foram surpreendidos com esse papo de casamento. Há tanto tempo juntos, valorizavam a amizade e a cumplicidade. O papel era só detalhe, formalidades do mundo burocrático. Até persuadiam os amigos à não assinarem. Mesmo assim, riram, aproveitaram e se emocionaram. Foram pegos pela tradição.
Até onde vai? Ninguém sabe. Nem eu, nem eles. Todos nós torcemos.
Quem já não se viu em uma situação assim? Não, não me refiro ao conteúdo, mas sim à conversa boêmia. Pois é. O que defendíamos já mudou, já nem sabemos mais nossa posição (talvez isso seja mais radical entre nós jornalistas). Esse vício que se perpetua durante os anos universitários fica na memória como nossos bons momentos e pronto. Não lembramos mais de muita coisa mesmo. Pra mim não foi diferente. Só me recordo de um único tema em pauta numa quinta-feira à noite do terceiro ano de graduação que rendeu muitas “saideiras". É, a palavra perde o sentido quando não é levada a sério e as pessoas não vão embora.
Entre tantas baboseiras que gostávamos de levar à mesa-redonda, a daquela noite era o amor como construção social. Ih? Sem preocupações, não vou começar a escrever aqui o pouco que aprendi sobre os textos do Nietzsche. Também não me perguntem o que eu achava. Não lembro! Mecanismo de defesa? Talvez!
Esta noite de quinta-feira veio à tona quando pensei em escrever uma crônica para um casal de amigos que completa um ano de casados nessa semana. Sim, eles se conheceram na mesma escola elitista de um bairro do centro expandido de São Paulo há dez anos. Namoraram, brigaram, voltaram, noivaram, viajaram, juntaram grana, casaram.
Mas o que faz duas pessoas tão diferentes se entenderem tão bem? Ele gosta de números, física, astronomia. Ela gosta de história, cinema, literatura. Ele é esportista, ela sedentária de carteirinha. Ele é disciplinado, organizado. Ela convive com crises de rotina. Ele é calmo, tranqüilo e ponderado. Ela é tagarela, agitada e ansiosa. Ele gosta de dormir cedo. Ela assiste TV até tarde. Sinceramente, não sei. Acho que nem eles.
Namoraram durante a adolescência, durante os badalados anos de faculdade. A vida a dois não combina com o individualismo cotidiano? Eles não se importaram e foram em frente! Sonharam juntos, aprenderam a fazer planos a dois, saíram de mochila nas costas, currículos no bolso e começaram a vida. No fundo eles surpreenderam e foram surpreendidos com esse papo de casamento. Há tanto tempo juntos, valorizavam a amizade e a cumplicidade. O papel era só detalhe, formalidades do mundo burocrático. Até persuadiam os amigos à não assinarem. Mesmo assim, riram, aproveitaram e se emocionaram. Foram pegos pela tradição.
Até onde vai? Ninguém sabe. Nem eu, nem eles. Todos nós torcemos.
4 comentários:
Regina,
fiquei profundamente emocionado com o que você escreveu. Passei também por essas conversas de botequim, aliás, como todos deveriam passar para um amadurecimento "sadio" do ser humano.
No tocante ao casal de amigos, certamente deve haver um casal ( eu particularmente não conheço) que tem uma estória tão bonita quanto à que vc relatou. Aliás eles fazem dois anos de casado nessa semana, já está esquecendo? rsrs
Realmente até onde vai ninguém pode prever mas se depender de todos, sem excessão, durará eternamente.
Bjs do sogrão
Ô Ô... desculpe a nossa falha rsrs não reparei o detalhe da data do texto, realmente naquela época fazia um ano de casado.
Bjs
LINDO! se depender da torcida, durara para sempre! :)
Rê,
Fiquei surpreendida com esse texto!
Devo admitir, não esperava, nunca, jamais, que seria madrinha do seu casamento, e ainda mais numa igreja, vc vestida de noiva e com direito a todas aquelas tradições, que até então vc chamava de baboseiras!
Realmente, vcs são um casal totalmente admirável, cada um com a sua personalidade, cada um com a sua "peculiaridade"!
Feliz será aquele que conseguir viver uma história tão bonita e tão intensa como a de vcs!
Como vc mesma disse, não sabemos o final dessa história, mas com certeza toda a torcida é para a eternidade!
Bjão pra vcs dois! E mais uma vez: Sejam cada dia mais felizes!
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