Berlim é uma cidade com pretensões "Multi-Kulti" como eles mesmos dizem por aqui. Dos 3,5 milhões de habitantes, cerca de 500 mil são imigrantes de pelo menos 170 nacionalidades diferentes. É realmente uma salada para ninguém botar defeito. Nem é preciso justificar porque o Carnaval das Culturas, que este ano comemora a décima quinta edição, tem super a ver com o clima da capital. Durante quatro dias, nos arredores de Neuköhln e Kreuzberg, há desfiles de carros alegóricos, barracas de comidas internacionais, shows e apresentações paralelas. Durante a celebração, crianças correm com camisetas do Brasil, outras usam o terceiro olho indiano ou se fantasiam com vestidos espanhóis. É como se os berlinenses levantassem uma bandeira branca e toda a cidade fizesse uma pausa para os problemas relacionados à imigração. Não se fala em integração da comunidade turca, problemas econômicos com a Grécia ou até mesmo do tráfico de garotas do leste europeu. No ano passado (nossa primeira experiência), a comemoração recebeu 1,5 milhão de visitantes e 5.500 ativistas.
O desfile é o ponto alto da festa. Este ano saíram 99 grupos, entre 4.500 músicos, dançarinos e acrobatas. Do Curdistão à Tailândia, da Bolívia à Sérvia, estavam presentes 70 nacionalidades. E claro, nós brasileiros também marcamos presença. Há coisas bem bacanas como, por exemplo, o trabalho de uma artistas e musicista de Recife que coloca um grupo de maracatu nas ruas e faz os alemães chacoalharem o esqueleto e mandarem ver no tambor. Mas prepare-se para uns shows de horror, tipo musa à la carnaval, só que bem mais decadente. Apesar dos prós e contras e todos aqueles estereótipos relacionados à pátria mãe, dá um certo orgulho de dizer que a gente ainda é favorito. A capa do Morgenpost especial para o final de semana saiu com a manchete "Dance samba comigo", com alusão a um dos blocos brasileiros. Dá pena quando os grupos da China, Tailândia ou Mongólia desfilam (a ordem na passarela é sorteio) entre dois brasileiros. A bateria cheia de energia prevalece sobre o som de flautas e melodias zen. Tem também os carros representantes da música eletrônica com Djs detonando nas pick ups. Muitos assistem da janelas, outros dançam nas varandas e há aqueles que preferem rebolar nos telhados. E a galera usa da criatividade para conseguir uma boa vista. Quem não tem camorate da TV Eins , escala poste ou até ponto de ônibus. Sem contar as senhoras na faixa dos 70 (juro, se não for para mais) se acabando com a moçada do ritmo eletrônico.
Durante os outros dias o foco é na Blücherplatz (perto da estação Hallesches Tor). Fora as barracas de comidas internacionais (tem até dumpllings russos), há diversos palcos e apresentações. Às vezes pode soar estranho ouvir um reggae em alemão, mas nessa altura do campeonato... Enquanto comíamos pães típicos de Dresden recheados com queijo e champignon e tomávamos um lance chamado de Paixão do Báltico (vodca com romã e framboesas) sentou uma senhora do nosso lado. Ela tomava champanhe , usava pulseiras e brincos discretos de ouro, salto alto e carregava uma sacola colorida (em tons do arco-íris) com os dizeres "Queers in Berlin". Ficamos fazendo deduções absurdas do tipo: ah, ela mora em Charlottemburg e comprou algum presente para os netos que amam a espécie humana! Bom, sem mais besteiras por hoje, vou deixar anexo uns links para vídeos da festa. Clique aqui.
O desfile é o ponto alto da festa. Este ano saíram 99 grupos, entre 4.500 músicos, dançarinos e acrobatas. Do Curdistão à Tailândia, da Bolívia à Sérvia, estavam presentes 70 nacionalidades. E claro, nós brasileiros também marcamos presença. Há coisas bem bacanas como, por exemplo, o trabalho de uma artistas e musicista de Recife que coloca um grupo de maracatu nas ruas e faz os alemães chacoalharem o esqueleto e mandarem ver no tambor. Mas prepare-se para uns shows de horror, tipo musa à la carnaval, só que bem mais decadente. Apesar dos prós e contras e todos aqueles estereótipos relacionados à pátria mãe, dá um certo orgulho de dizer que a gente ainda é favorito. A capa do Morgenpost especial para o final de semana saiu com a manchete "Dance samba comigo", com alusão a um dos blocos brasileiros. Dá pena quando os grupos da China, Tailândia ou Mongólia desfilam (a ordem na passarela é sorteio) entre dois brasileiros. A bateria cheia de energia prevalece sobre o som de flautas e melodias zen. Tem também os carros representantes da música eletrônica com Djs detonando nas pick ups. Muitos assistem da janelas, outros dançam nas varandas e há aqueles que preferem rebolar nos telhados. E a galera usa da criatividade para conseguir uma boa vista. Quem não tem camorate da TV Eins , escala poste ou até ponto de ônibus. Sem contar as senhoras na faixa dos 70 (juro, se não for para mais) se acabando com a moçada do ritmo eletrônico.
Durante os outros dias o foco é na Blücherplatz (perto da estação Hallesches Tor). Fora as barracas de comidas internacionais (tem até dumpllings russos), há diversos palcos e apresentações. Às vezes pode soar estranho ouvir um reggae em alemão, mas nessa altura do campeonato... Enquanto comíamos pães típicos de Dresden recheados com queijo e champignon e tomávamos um lance chamado de Paixão do Báltico (vodca com romã e framboesas) sentou uma senhora do nosso lado. Ela tomava champanhe , usava pulseiras e brincos discretos de ouro, salto alto e carregava uma sacola colorida (em tons do arco-íris) com os dizeres "Queers in Berlin". Ficamos fazendo deduções absurdas do tipo: ah, ela mora em Charlottemburg e comprou algum presente para os netos que amam a espécie humana! Bom, sem mais besteiras por hoje, vou deixar anexo uns links para vídeos da festa. Clique aqui.
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