Hoje é 03.03 e eu faço 33. Quinta-feira! Pelo que sei, também cheguei ao mundo numa quinta. Assustadoramente eu conheço três pessoas que fazem aniversário na mesmíssima data (só não sei o andar da maternidade. O meu foi o terceiro). As três garotas sabe-se lá o porquê também são jornalistas. Deve ser conspiração do universo. Os primeiros parabéns chegaram na noite anterior da Nova Zelândia. Bem, lá já raiara o dia três. Depois os cumprimentos europeus, enquanto o Brasil ainda dormia.
Sempre tive uma pulga atrás da orelha em fazer 33. Sei lá, o médico sempre pede com aquele nariz comprido e suspeito: “Diga t-r-i-n-t-a ....e..... t-r-ê-s”. Jesus morreu aos 33. Não que eu me compare ao mártir supremo do catolicismo, mas essas histórias sempre me assombravam quando pequena. Mas 33 pode significar algo positivo, afinal é um bom número. Pelo menos foi o que aprendi com um guia no Camboja. Três e sete! Se bem que o cara era meio esquisitão e não queria por nada nesse mundo que o filho dele nascesse numa terça. Cada louco com a sua mania. Quarta me parece muito mais caído. Pior que a estigmatizada segunda!
No meu “Fantástico Mundo de Bobby”, ficava matutando o que faria na chegada do ano 2000. Aí pensava com orgulho: “vou ter 17 anos”! Uma adulta. A virada do milênio chegou e praticamente nada aconteceu. Só me formei naquele ano, assim como tantas outras pessoas. Não teve nenhum Bug espetacular. Ok, até experimentei uma coisa aqui, outra acolá, mas nada que tenha ligação com a chegada do século 21! O mesmo suspense interno eu fazia com a chegada dos 30. Chegou e daí? Não mudou nada! Eu devo ter ganhado umas rugas, mais experiência e uma ou outra mania. Desde então eu sempre planto um pé de manjericão para comemorar a chegada da minha primavera. Observo ele crescer ao longo dos meses, fico com dó em comê-lo, mas depois entendo que é um ciclo e inevitavelmente minhas verdes folhinhas morrerão com o cair do inverno. Assim, mando praticamente todas para o meu prato de espaguete para que elas tenham vivido por uma causa digna. Melhor que congelar amarradas na terra em que nasceram, não?
Também resolvi aderir à oferta de três incensos ao Buda (o primeiro para a terra, o segundo para o céu e o terceiro aos meus antepassados). Aprendi o ritual nas minhas observações pela Ásia. Se bem que o Buda aqui de casa tem uma puta cara de quem fumou um e parece que ele não está levando meus pedidos a sério. Vou tentar anyway.... “Yo no creo, pero que las hay”!!!! Além de acrescentar mais três espirros ao processo, já que essa maldita rinite me acompanha há 33 anos. Esse papo de antepassados me deixa bem bolada. Já tenho três pessoas muito próximas lá em cima. Como alguém em 33 anos pode perder três pessoas tão especiais? Pelo menos elas zarparam todas antes de aderirem ao Facebook, senão estariam presas na eternidade da rede.
Pelo visto o que eu não me tornei foi mais pragmática. Parei a correção da matéria a ser entregue segunda, ainda não fui ao banco, sequer olhei a tabela de validação da minha análise quantitativa do doutorado, não comecei a preparar a apresentar do encontro e..... E estou aqui elucubrando os 33. Acho que hoje tomarei três taças de vinho, comerei três brigadeiros, farei um jantar de três pratos, darei três pulinhos e tentarei escrever 1/3 a menos de bobagens!
Obs.: E em 03.03.2033 serei uma cinquentona!
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