Schmal quem? Sim, Schmalkalden, uma cidadezinha
de 15 mil habitantes a duas horas de Weimar, se tivermos sorte com as conexões
de trem. Antigamente chamava-se Schmales Kaltes Wasser, algo próximo a estreitas águas frias. Mas com o passar do tempo virou
o palavrão aí do título. O vilarejo, considerado assim pelo menos para a
perspectiva de uma paulistana, é bastante interessante. Além do castelo
medieval e da igreja, estão por lá a fábrica da Vita Cola, a versão da
Coca-Cola da antiga Alemanha Oriental, e a produção dos chocolates Viba-
Nougat. Não sei bem como se diz Nougat em português, mas tecnicamente não se
trata bem de chocolates, segundo minha amiga e anfitriã. Não importa, é uma
espécie de bombom feito de avelã torrado e cacau. Aprendi todos os detalhes na
visita ao local de produção (foto acima).
Tudo isso
já valeria o post para a minha seção “turíngica”, mas o passeio foi mais
especial que isso. Depois de cinco anos na Alemanha, fomos convidados para
passar um final de semana na casa dos pais de uma amiga. Como os jovens saem de
casa muito cedo, geralmente quando entram na universidade, é bem difícil
encontrar um alemão numa situação de fato familiar, assim pais, mães e irmãos.
Só para dimensionar o quão típico foi isso, nós visitamos o lar da família
Müller!
Foi meu primeiro Abendbrot de verdade! Claro que isso varia de família para família, mas muitas pessoas na Alemanha não jantam comida quente. Entram no cardápio pães (pretos e saudáveis), queijos, embutidos, manteiga, pepino, tomate, pimentão, salada de ovos e uma cerveja para acompanhar! Prático, saudável e gostoso. Acho que vou aderir ao costume. Um alemão lendo isso deve achar a maior trivialidade do mundo, mas não é. Pequenos costumes do dia a dia. Detalhe, ninguém faz um sanduíche. Eles colocam os frios e legumes em cima da fatia de pão e a comem sem cobri-la com outra. No lugar dos pratos, entram os Abendbrot- Brettchen, pequenas tábuas de madeira. A minha era em forma de elefante!
Foi meu primeiro Abendbrot de verdade! Claro que isso varia de família para família, mas muitas pessoas na Alemanha não jantam comida quente. Entram no cardápio pães (pretos e saudáveis), queijos, embutidos, manteiga, pepino, tomate, pimentão, salada de ovos e uma cerveja para acompanhar! Prático, saudável e gostoso. Acho que vou aderir ao costume. Um alemão lendo isso deve achar a maior trivialidade do mundo, mas não é. Pequenos costumes do dia a dia. Detalhe, ninguém faz um sanduíche. Eles colocam os frios e legumes em cima da fatia de pão e a comem sem cobri-la com outra. No lugar dos pratos, entram os Abendbrot- Brettchen, pequenas tábuas de madeira. A minha era em forma de elefante!
No almoço de domingo tivemos o prazer de experimentar a tão famosa Thüringe- Klöße, por quem sabe fazer! A Sra. Müller nos surpreendeu. As bolas de batata podem ser muito gostosas, sim! Confesso que as da Mensa (o nosso bandejão universitário) são péssimas e as que experimentamos em restaurantes por aí eram oleosas e cheia de manteiga. Agora ,depois da minha degustação, não posso mais falar mal das bolotas de batata. Além de constatar que elas são deliciosas, quando preparadas por alguém experiente, também aprendi a comê-las como os alemães. Monica Müller foi responsável pela demonstração: coloque a ponta do garfo e a faca bem no topo da bola de batata e quebre-a em dois pedaços. Depois parta o pedaço maior do mesmo modo ao meio. Recomenda-se comer os croutons de recheio, que aparecem entre os três pedaços antes do molho do assado (no caso peito de frango e peru) caírem sob o prato e deixar os pedacinhos de pão molinhos!
Sem mais
assuntos gastronômicos. A casa
fica bem no centro da cidade, mas é rodeada por montanhas e uma natureza
incrível. Diversão para o dia todo. Na tarde de sábado fomos comer bolo em um
café que era visitado pela avó da Sra. Muller, a bisavó da Mônica. Apesar do
estabelecimento ter sido renovado, restava muito da estrutura dos tempos
antigos e as tortas eram de dar água na boca. “Minha avó se encontrava com as
amigas uma vez por semana e conforme foi envelhecendo, ela me ligava para ir
buscá-la”, lembra a Sra. Müller. “Eu sempre comia um pedaço de bolo antes da
gente ir embora”, conta ela com um sorriso daqueles quando se lembram de bons
tempos.
Ao anoitecer, depois do jantar, sentamos todos juntos para ver fotos de viagem. Isso é algo comum por aqui. Mostramos imagens das nossas últimas andanças pela Romênia e também vimos a experiência da família Müller na Finlândia, numa casa acima do Círculo Polar Ártico. Incrível, ficamos bem animados com a possibilidade, embora a gente não saiba pescar e o trajeto de carro dure três dias. Mais interessante ainda foram as fotos da família há 20 anos ou mais. A casa meses antes da queda do muro de Berlim, a reforma em 1991, o mesmo lago na praça da frente com a minha amiga em tamanho miniatura. Ela me mostrava as imagens e apontava para os cantos da casa para eu reconhecer um móvel ou uma parede. Uma história de família. Os filhos já tinham ido embora. A Monika morava em Erfurt, a irmã Katarina em uma vila nos arredores e o irmão Thomas em Munique. Mas os pais e as lembranças ficaram entre aquelas paredes onde todos nasceram.
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