É difícil fazer a vida caber em uma mochila. Ainda mais quando se envelhece. Ao sair de casa há dez anos, enchi duas malas e segui viagem. Na verdade, deixei com muito zelo tudo que estimava na casa da minha mãe. Levei coisas que poderiam ser deixadas pelo caminho, sem importância. Com o passar dos anos, era até interessante visitar o Brasil e reencontrar objetos que eu mal lembrava da existência no meu dia a dia. Deixei-os guardado porque um dia foram importantes. CDs dos meus dezesseis anos, agendas da adolescência cheias de sonhos e intrigas, vestidos longos de festas antigas, textos da faculdade, livros, retratos do primeiro mochilão, bichos de pelúcia, presentes antigos.
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quarta-feira, 12 de setembro de 2018
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
Londres (sempre) imprevisível
Ao longo dos anos já me mudei algumas (várias) vezes. Morei por mais de dois anos em três países, passei por nove cidades e pelo menos dez casas. Não me considero extremamente apegada às coisas. Não muito pelo menos. A vida é meio imprevisível, já aprendi e parei de tentar controlá-la ao extremo. Tento planejar, programar, só pra ter a graça de tudo sair diferente do projeto inicial e eu poder exclamar: mas que cazzo!
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