quarta-feira, 14 de junho de 2017

Sul da Alemanha: Munique e Bavária

Alemanha, festeira e romântica! 

Aproveite a vida boa em Munique, terra da cerveja, e viaje por um roteiro com castelos e as paisagens mais incríveis da região da Baviera. 

(Texto originalmente publicado na Revista Viaje Mais! Junho, 2017)

A região da Baviera é uma das mais especiais da Alemanha, principalmente para nó, brasileiros, pois lá estão todos os grandes ícones que conhecemos sobre o país. A começar pelos gigantescos canecões de chope de um litro, que requer braço de halterofilista para erguer (ou seria halterocopista?).
A Baviera é a terra da cerveja e da Oktoberfest, a original. Sabe aquelas bandinhas nas quais os sujeitos vestem bermudas com suspensórios, e as mulheres, vestidos campestres de babadinhos brancos? São de lá. Munique, a capital, é a casa da BMW e do FC Bayern, o maior time de futebol do país, cujo estádio recebeu 4 milhões de visitantes no último ano. Sim, o futebol é uma paixão nacional lá também. Então, pode ir chegando e não faça cerimônia. A região é a mais festiva do país e gosta de receber. Viajar para Baviera é encontrar a Alemanha que você tanto sonha conhecer.

Castelo Neuschwanstei, em Füssen

Munique – A cidade mais altro-astral e festeira da Alemanha 

Showroom da BMW, Munique 
A capital da Baviera é uma cidade alegre e tem a cara de seus muitos biergartens, ou "jardins dacerveja”, traduzindo ao pé da letra, onde se vive o astral da Oktoberfest o ano inteiro. As pessoas são mais expansivas e menos o formais se comparadas aos alemães de outras partes do país, e a cidade é festeira e bem humorada. Para entrar no clima peça logo uma cerveja a caneca de um litro (a Maß) e uma típica salsicha branca (a Weisswurt). Será melhor ainda se o lugar escolhido para o brinde (aplique um sonoro “prost!”, “saúde!” traduzindo para o português) for em uma das cervejarias mais tradicionais e antiquíssimas da cidade, como a Augustiner (de 1328), a Spaten (1397), Paulaner (1634) ou a Hofbräu (1589), onde todo mundo fala alto e se abraça feito bons bêbados. Em Munique, bebe-se cerveja acima da média nacional.   
A famosa cervejaria Hofbräu, de 1589

Sul da Alemanha: Alpes da Baviera

Alpes de Berchtesgaden – a atmosfera serena e as grandes paisagens das montanhas bávaras 

Lago Königsee clicado da montanha Jener
Se a ideia é conhecer a natureza exuberante da Baviera, a boa é seguir a Berchtesgaden, uma cidade a 150 Km de Munique, encravada entre as montanhas dos Alpes Bávaros, em um dos cantinhos mais charmosos do sul da Alemanha. A cidade é pequenina, com um centro histórico simpático, com arquitetura em estilo alpino. Há muitos hotéis e resorts de montanhas nos arredores para quem quiser desestressar e curtir a tranquilidade bucólica da região. Dois a três dias, no entanto, é tempo suficiente para decorar todas as ruas da cidade e fazer os principais passeios pelo parque nacional de Berchtesgaden.

Castelos no Sul da Alemanha

Herrenchiemsee – Versalhes à moda bávara 

Palácio barroco Herrenchiemsee

Outra área marcada pelo devaneio de Ludwig II foi o lago Chiemsee, aliás o maior de todo os estado, com 80 km quadrados, chamado de o “mar da Baviera”. Em 1873, o soberano comprou a ilha Herreninsel para construir uma réplica milionária do Palácio de Versalhes. O projeto nunca foi pensado para servir como residência. Trata-se exclusivamente de uma homenagem ao absolutista francês Louis XIV, outro ídolo de Ludwig.

Castelo da Cinderela em Füssen

Füssen e seu magnífico castelo que inspirou Walt Disney 

O castelo que inspirou o da Cinderela, de Walt Disney

A Baviera foi um reino independente do restante da Alemanha até 1918. Os principais vestígios reais da região estão nos projetos alucinados e soberbos do jovem rei Ludwig II que chegou ao trono em 1864, aos dezoito anos, cheio de ideias mirabolantes. Seu primeiro plano surreal foi uma das obras mais bem sucedidas do turismo de massa do estado – a Castelo Neuschwanstein, na pacata cidadezinha de Füssen, a 125 km de Munique, ou duas horas de trem. É um passeio bate-volta para 99% dos visitantes.

Burgo Hohenschwangau, em Füssen
Nos arredores do burgo Hohenschwangau, onde passara parte de sua infância, Ludwig II assistiu cuidadosamente à construção do seu sonho do outro lado da montanha. Curioso é que ele procurara a solidão, um local tranquilo e idílico para mergulhar na encenação de um passado da ordem de cavaleiros medievais. As obras iniciaram em 1869, mas nunca foram finalizadas, assim como todos seus outros empreendimentos. Mesmo assim, o legado dessa alucinação recria ao mundo a mitologia germânica operacionalizada pela sobras de Richard Wagner. A sala dos menestréis, por exemplo, foi concebida para alimentar a fascinação do rei pelo compositor e pelas ordens de cavalaria. Os afrescos do conhecido cômodo ilustram cenas da ópera Tannhäuser. No mês de setembro, é possível assistir ali a concertos diversos. A admiração pelo maestro também é notada no quarto do rei, ocupado pela cama em estilo gótico e decorado com cenas do clássico Tristão e Isolda. 
Paisagem dos lagos que circundam os castelos em Füssen

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Londres e coincidências estranhas II

Faz tempo que planejo escrever um post turístico sobre a capital inglesa – tipo a Londres da realeza, os mercados mais descoladinhos, grafites secretos, os canais perto das docas, o que fazer “na faixa” e por aí vai–, mas sempre aparece algum “maluco” (no melhor sentido da palavra) e me desvirtua da ideia inicial.