Escrever sobre turismo é uma
delícia, mas é bastante difícil vender textos que fujam um pouco dos roteiros
Roma-Paris e Nova- York. Na
Alemanha, por exemplo, recebem bastante atenção dos turistas-leitores rotas
como Berlim, Munique, Frankfurt e o Vale do Reno. Tudo bem, estes destinos
valem inegavelmente a viagem, mas há tantas outras regiões cheia de atrações
culturais e turísticas, como a desconhecida Turíngia!, que decidi criar uma
série de posts ao longo do verão europeu sobre a região. Já consegui emplacar
uma matéria sobre Thüringen, mas só deu pra entrar o supra sumo, os dois imãs
turísticos — Weimar e Eisenach. Até a capital, Erfurt,
ficou de fora.
Assim, a ideia é trazer pontos fora
do circuito dentro do Estado, que apesar de não serem tão conhecidos assim, a
não ser por turistas alemães, vale a pena dar uma conferida. Pra começar a
série, um bom exemplo é a vinícola Bad Sulza, Sonnenberg, a 20 minutos de trem
de Weimar. É a primeira construída no Estado, em 1992, com 43 hectares.
Entendedores de vinho não torçam o nariz! Embora a bebida na Alemanha não goze
da mesma fama de sua vizinha francesas, a vinícola aqui produz exclusivamente
para o hotel Elephant, que abriga o único restaurante da região condecorado
pelo guia Michelin. Duas vezes por ano, o sommelier da casa vai até Bad Sulza
só para avaliar a produção.
Mais ou menos uma vez por mês, a
família Clauß, que gerencia a produção, faz uma degustação. O passeio começa
com um espumante de boas vindas, na verdade um Sekt, na versão alemã. Em
seguida, os visitantes são conduzidos ao porão onde os vinhos estão envelhecendo
em barris de carvalho. Andreas Clauß tira do barril um pouco de um vinho tinto
de 2011 e já avisa que o sabor é bem diferente daquele já engarrafado. Até o
momento, a degustação em si ainda não começou. Da adega, segue-se para a
taberna de tijolinhos onde encontram-se mesas preparada para a finalidade. Mas
antes de colocar o paladar para trabalhar, o jantar é servido. Queijos e Würste
(embutidos da região) são degustados com o branco Castello di Auerstedt, da
safra de 2011. Só então, de barriga cheia, é hora de começar.
A degustação é aberta com o clássico
da Alemanha, um Muller-Thurgau, da safra de 2011. Um dos únicos disponíveis nos
tempos da Alemanha Oriental. Daí seguem mais quatro ou cinco vinhos até o
último Traminer Auslese. Os tinto não são estupendos, são mais claros, bem
leves, mas dá para encarar. No fim, lógico, pode-se levar as garrafas para
casa! Além da vinícola em Sonnenberg, há ainda mais três para visitar no
Estado: Auerstedter Tamsel,
Jenaer Grafenberg e Dornurger Schlossberg. Os brancos estão sempre no páreo!
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