sábado, 5 de março de 2011

Berlinale 2


Daqui a pouco fará um mês que a Berlinale terminou e até hoje não assisti o filme premiado. Não adianta, nunca acerto de antemão qual poderia ser a decisão do júri. Na verdade, geralmente passo longe, bem longe. Mas como até mesmo os profissionais da área são "pegos de calças curtas" nessa questão, quem sou eu para resmungar? Seja lá como for, só posso mesmo contar com a sorte, já que meu faro cinematográfico é praticamente nulo.



Mas pelo que parece, a crítica e a imprensa alemã não ficaram boquiabertas este ano com a decisão final. Ou melhor, ficaram, mas pelo tiro certeiro. O filme “Nader e Simin, a Separação” (sim, esse que eu perdi, do diretor iraniano Asghar Farhadi) levou mesmo o urso de ouro. Para o Berliner Morgen Post, esse seria o terceiro ano consecutivo em que o júri pregaria mais uma peça em toda a opinião pública. A publicação relembra, por exemplo, o ano em que “Tropa de Elite” levou a melhor. Todos acreditavam que o prêmio iria para “There will be Blood”, do americano Paul Thomas Andersons, mas, surpreendentemente, Padilha levou a estatueta para o Brasil. Dessa vez foi diferente. O júri da 61. edição do festival não foi contra o consenso. 

A trama parece interessante, longe do esteriótipo das estranhas películas iranianas. Simin quer deixar o Irã com o propósito de dar um melhor futuro para a filha. Entretanto, às vésperas da partida, seu marido Nader desiste e alega não poder deixar seu pai doente para trás. O casal se separa. A filha fica com Nader que passa a enfrentar uma situação bastante difícil e contrata uma moça para cuidar de seu pai enfermo. Razieh, apesar de grávida, aceita o emprego, mas sem contar ao seu marido. 

Por hora é só. Mais detalhes só depois de eu ir ao cinema. O filme levou ainda os ursos de melhor ator e atriz. Segundo os rumores da imprensa, a decisão é também um sinal político. Este ano, o sétimo integrante do júri, o iraniano Jafar Panahi, não pôde deixar o Irã. O diretor foi condenado em seu país a seis anos de prisão e vinte de cassação profissional. Sua cadeira permanece vazia em forma de protesto. Assim, um filme iraniano de crítica social deveria mesmo levar algum dos prêmios da Berlinale deste ano, nem que fosse por solidariedade (Morgenpost). 

Filme bacana, contexto político conturbado e eu assistindo aquela peculiaridade húngara. Deveria ter  ficado na fila tomando cotoveladas para comprar ingressos para o tal filme iraniano. Mas tudo bem. Quem sabe em 2012 não temos mais sorte! 

   

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